PARQUE DOM PEDRO, SÃO PAULO.

PARQUE DOM PEDRO, SÃO PAULO.

terça-feira, 4 de maio de 2010

COMO ENTRETER OS POBRES.


Essa semana foi divulgado a participação do Instituto Baccarelli, organização de musica clássica que trabalha com jovens da comunidade de Heliópolis em São Paulo no Festival Beethoven na Alemanha.
Bem, quando se fala em comunidade ou favela é normal acompanhar os maus noticiários. No caso específico de Heliópolis, apresenta um lado positivo e diferente como: A conquista de pessoas excluídas da sociedade com a elite, a valorização dos talentos, o reforço da oportunidade e a importância do trabalho social.
Heliópolis e Paraisópolis são top de comunidades paulistas que se adaptam com sua realidade através da prática do trabalho social, além é claro, entre diversas outras que não são conhecidas e divulgadas.
É honroso ver as comunidades com prestígio interno e reconhecimento, já que a política brasileira não faz sua obrigação. Precisa “improvisar” com o terceiro setor para fazer política pública.
Com o estado, com o terceiro setor, com os interesses políticos e religiosos ou sem eles uma coisa afirmo; Não existe humanização quando não é identificado a realidade do indivíduo.
O problema quando falamos em projetos sociais, organizações não governamentais e tudo que envolve o submundo de moradores de favela com a adoção e seja ela como for, é a apresentação de um olhar de “outro mundo” sem a adaptação e identificação da realidade vivida. Existe a boa intenção de tirar as pessoas mentalmente da favela, mas fisicamente não é possível sair e nem mudar.
Com isso é inútil entreter os envolvidos no escândalo social que são as favelas. Como diz o Psicólogo Augusto Cury; “ Precisamos tirar as favelas na memória”. Acredito que com dedicação é possível, mas a favela social nunca vai sumir. Ela é o câncer da sociedade e os participantes dela absorvem essa sujeira.

Um comentário:

  1. Parabéns pelo novo texto e nova fase, Marcelo. É sempre mais valioso ouvir a palavra de quem vivencia o assunto que estuda.

    Do alto de suas cátedras, os acadêmicos de todo santo dia me vem com mto blá blá blá e pouca mão na massa. Afinal, quem gosta de estudar pobre é rico, né? E além disso ser um problema para a sociologia, que fala de uma realidade que não vive, é também um problema para quem acorda e dorme na favela - que naturalmente quer sair dela, e não entendê-la.

    Com exceções valiosas como você é que o terceiro setor pode se aliar às lideranças locais e fazer o que nossa burocrática e ultrapassada política AINDA não faz. Só temos que tomar o cuidado de tomar todo o problema pra nós e ser eternamente a muleta de uma política falida (sem tentar renová-la para que volte a assumir suas obrigações originais).

    Abraço da parceira na luta
    Aline Khoury

    ResponderExcluir