PARQUE DOM PEDRO, SÃO PAULO.

PARQUE DOM PEDRO, SÃO PAULO.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

TROCA DE EXPERIÊNCIA



“Muitos estrangeiros vão às favelas querendo entender a pobreza e partem como o que acreditam ser uma melhor compreensão de nossa miséria” (Kennedy Odede – Presidente da Shining Hope For Communities).

Faz dois anos que pensava como Kennedy, morador da maior favela da África, kibera em Nairóbi, no Quênia. Achava que não existia a possibilidade de entender a pobreza sem ser pobre. Tinha conceitos de que a favela era um submundo escuro, esquecido, sujo, utópico, “sarcástico” e com pessoas que se não fossem assim, tinham direções para ser”.
Lembro quando pequeno eu assistia na televisão ou lia no jornal o nome do bairro da minha família e amigos ser difamado. Chacina em Heliópolis!
Mostrava as ruas que eu andava, a escola que eu estudava e até o comércio do seu Chico.
Isso me dava um sentimento ruim. Além de saber como é, tinha que ser repetido para o mundo “minha vergonha”.
Eu não confiava nos carros de reportagem que passavam no bairro. Confesso que achava interessante todos àqueles equipamentos, diferente para mim, além de ver aqueles repórteres da tevê na minha frente. Era encantador e ao mesmo tempo não, pois, o que eles queriam mostrar? “Minha vergonha”?
Sei que meu sentimento é o mesmo de Kennedy, que crítica fervorossamente o turismo em favelas, por achar que a visita não modifica, só reforça o que ele já sabe.
Esse sentimento é “normal”, pois olhar este ambiente é olhar “inferiormente”.
Mas, quero registrar que consegui ter uma visão antagônica.
Observei nos meus estudos que a vergonha que eu sentia não era minha. Quando vejo a difamação do meu bairro, primeiro lembro que eu não fui autor. É uma questão de quem fez, por que fez e o lugar que escolheu fazer. Acrescentando que já vi situações piores em diversas faculdades com Play boys e Patrícinhas e isso é obscuro! Será por causa do dinheiro?
Segundo. Neste caso, a humilhação é do Estado e das Políticas Públicas que permitem humanos crescerem desta forma. A vergonha é do lado de cima, dos engravatados de salários altos e convênios hospitalares que usam o poder para se auto-representar, mas no fundo a representação de revolta é da sociedade, simplesmente um efeito colateral.
A favela é o câncer da sociedade, não pelos indivíduos que nela participam, mas por aqueles que permitem elas existirem.
Outro fato que espero que Kennedy possa concordar comigo, pois para mim é algo empírico, é quando apresenta na mídia que moradores de comunidades são músicos, como A Orquesta Bacarreli no Heliópolis, quando uma Associação consegue ter voz com uma rádio comunitária em Paraísopolis ou o turismo social da minha amiga Flavia Liz Di Paolo que leva gringos para diversas favelas para apresentar conquistas, enfim. Quando é destacado positivamente a dignidade que existe de pessoas que moram em favelas, para mim isso é espetacular! Pois modifica a imagem e preconceito, além de relembrar para os participantes, como eu, que é um orgulho ser morador de favela, pois o improviso vivido surpreende pela ação humana em um submundo.

(Fonte: Jornal Estado de São Paulo,17/08/2010 caderno Visão Global - A15 Internacional,"O turismo não ajuda as favelas - Kennedy Odede/ Tradução: Augusto Calil)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

AGLOMERADOS SUBNORMAIS



Começa o levantamento de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Momento importante para acompanhar o crescimento social, econômico e educacional do país.
Censo com trabalho de campo em todo território Nacional, além da opção da internet, vai registrar como está à saúde do Brasil, é um “verdadeiro Check-up!”
Uma coisa eu peço para os doutores do IBGE. Será que não dá para mudar na pesquisa o termo aglomerados subnormais para comunidade?
Já não basta repetir o erro do Estado por permitir o crescimento dessas áreas?

terça-feira, 27 de julho de 2010

ARQUITETURA "POBRELAR"


Encontrei uma nota do Bruno Paes Manso e Diego Zanchetta, para o Jornal Estado de São Paulo de 07 de julho de 2010. Falando sobre a nova arquitetura popular da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). O modelo de habitação popular em São Paulo tem três dormitórios, sacada e 67 metros quadrados, com portas e corredores 20% mais largos, o padrão defendido pela CDHU consta em um projeto de lei enviado à Câmara Municipal pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM). Isso é um grande avanço, pois em Paraisópolis a construtora MRV ergue apartamentos com 42 m² com pé atrás, pois para o Presidente do Secovi (Sindicato da habitação), João Crestana "Esse espaço é adequado para uma família de quatro pessoas. É bem melhor do que morar em um barraco”. Fala essa que mostra claramente o desrespeito humano, pois, pior que um barraco é estar em um prédio adulterado, com mão de obra barata e que não modifica o ambiente consciente e físico de moradores de comunidades. Verdade essa que para erguer apartamentos de baixa renda de 67 metros é inviável para as construtoras. A CDHU dá os seus passos por que é sua obrigação desenvolver. Inaugurou em São José do Rio Preto um condomínio com 143 casas de três quartos, piso de cerâmica e 77 metros de área construída. (Soltem os fogos). Além é claro de outras ações e projetos em andamento e inaugurações ou até mesmo inaugurações com prédios deficientes como o caso de Praia Grande do Programa de Revitalização da Serra do Mar, onde os edifícios estão com rachaduras e vazamentos. (Estado de São Paulo, 28 de Julho de 2010. Caderno C3 - Cidades/Metrópole. Reportagem: Rejane Lima). Se a CDHU tivesse um “D” de desenvolvimento ousaria não só em um corpo físico de um prédio, mas em um ambiente urbanístico de modificação. Como esse não é o seu objetivo, é melhor deixar os menos favorecidos em uma “arquitetura pobrelar” do que nas ruas, é melhor esconder e fingir!
Foto: "Marcelo Barbosa" Amanhecer de Heliópolis.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

VAMOS PASSAR AS FÉRIAS NA FAVELA?


Estava lendo a matéria do Rodrigo Burgarelli do Estado de São Paulo (Cidades/Metrópole -Pag C5), que fala sobre a procura de estrangeiros em conhecer comunidades em São Paulo.
Já conhecia este trabalho no Rio de Janeiro, mas desconhecia aqui em Sampa. Mas descobri que em São Paulo existe este Tour é só falar com a Flávia Liz Di Paolo (www.uniqueinsp.com). Confesso que tinha um olhar desconfiado com este trabalho, mas pesquisando consegui modificar.
O doutor Augusto Cury tem uma frase que uso muito; "Temos favelas na memória" . E nada melhor que conhecer essas favelas, fazer um Tour! As favelas sociais precisam destas visitas. Conhecer os talentos, os defeitos, a arte. A favela é uma arte! No final do tour na favela tenho certeza que existirá um grande balanço. Taí! Eu apoio e aguardo a visita da Flávia aqui no Helipa. Sei que ela com os gringos são melhores que os políticos que me procuram!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

VOZ DO “POLVO” OU DO LULA?


Além dos chutes no bolão estava sentindo falta das famosas “previsões” de quem vai ganhar o jogo ou até mesmo a Copa do Mundo. Será que a mãe Dináh se aposentou?
Mas vamos para o que interessa, o novo astro (nos dois sentidos) da previsão é o Polvo Paul, que vive no aquário Sea Life, em Oberhausen, na Alemanha. O bichinho acertou que a Espanha ganharia o jogo contra a Alemanha.

A mandinga é fácil para Paul, primeiro;
-Dois recipientes com a mesma quantidade de alimento.
Segundo;
- Em cada recipiente colocar a bandeira do time.
Pronto!
O recipiente que o Polvo escolher é o vencedor, Simples!

Tão simples que os marketeiros políticos Brasileiros estão querendo enviar suas fotos com os rivais para ver o que vai dar. Isso é bom para o PT! Pois, já que o povo não pode mais ouvir o Lula, pode saber se vai ouvir a Dilma. Bem, uma coisa é certa. O povo tem que ouvir o polvo!

sábado, 3 de julho de 2010

PATRIOTISMO?


Sou Brasileiro com muito orgulho com muito amor!
Essa frase de efeito que demonstra um grito de guerra patriota pelo menos no caso do futebol acabou!
O Brasil está fora da Copa na África do Sul. Isso quer dizer que não somos mais patriotas, pelo menos até 2014, ano em que o Brasil vai sediar a copa.
Será que o patriotismo brasileiro é passageiro ou pueril?
Em pleno ano eleitoral de um país “democrático” que é obrigado a votar, o único grito de guerra é: Seja cidadão, vote”.
Parece que a nova moda é demonstrar força com a escrita e a palavra e não com atitudes, já que sempre atitudes só viram frases de efeitos.
É complicado ser patriota de frases. É melhor ter o título de poetas, poetisas, compositores e etc.
Outra pergunta; Será que ser Brasileiro é a mesma coisa de ser Português? Ora, pois!
Confesso que estou abalado pelo Brasil estar fora da Copa, talvez essa seja também minha reflexão do que é ser patriota e o que o Brasil é pra mim, mas estou praticando, observando e identificando o que é esse país.
Que país é esse?
Hoje acompanhado os noticiários, eu, como um novo patriota observador fiquei horrorizado pelo menos, ou mais uma vez com nossa política. Falo sobre a Lei Ficha Limpa, que proíbe a candidatura de políticos condenados por órgãos colegiados, (grupo de juízes). Mas como toda lei e justiça no Brasil têm brecha, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, concedeu liminar para o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) garantindo o direito de disputar a reeleição ao Senado, mesmo com condenação do órgão colegiado por condutas lesivas ao patrimônio público. Bem, uma liminar antagônica a própria lei que terá grande repercussão e no máximo nenhuma solução.
Sou Brasileiro com muito orgulho com muito amor.
Tenho orgulho de que mesmo com condições simples, consigo ter minha ficha limpa com os meus deveres.
Vamos acompanhar e lutar contra essas aberrações!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

PERIFERIA DE PARIS É BIZARRO!


Achei uma matéria publicado no Estado de São Paulo, caderno Metrópole (23/05/2010), de Lizzy Davies (The Guardian/Paris), tradução de Celso Paciornik. Falando sobre uma área residencial nobre de Paris (Parisiense) que briga na justiça contra os projetos municipais de casas populares no bairro.
Alegação?
O projeto arquitetônico das casas populares é bizarro!
Observando a foto da matéria pensei que estava vendo a antiga Casa de Detenção Carandiru, mas olhando bem vi os apartamentos da COHAB aqui de São Paulo, mas eram as casas populares da periferia de Paris mesmo.
A matéria finaliza com o relato de uma moradora dizendo;
“Não é que nós não queremos o projeto. É que esses prédios são pavorosos!”
Lendo essa matéria fiquei com mais um sonho na minha vida. Primeiro conhecer Parisiense em Paris. Segundo, perguntar para a prefeitura de Parisiense se a inspiração do projeto das casas veio do Brasil.
É lógico que o projeto arquitetônico é pavoroso. É isso que temos aqui em nosso país. Projetos de moradia que dizem ser “sociais”, de integração dos indivíduos da periferia com a cidade, que na verdade não passa de um sub-mundo, pois além da arquitetura horrível, usa mão de obra barata.
Se realmente o caos das periferias, das comunidades, das favelas fossem alvos de revolução social, teria investimento de qualidade.
Por enquanto vamos continuar com as Organizações não-governamentais e com projetos de fachadas, pois é isso que o pobre merece.
Vou aproveitar e deixar aqui uma idéia para o Arquiteto Ruy Ohtake e o Design Marcelo Rosenbaum
Olha ai mais uma área que precisa de pintura pra ficar menos feio!