PARQUE DOM PEDRO, SÃO PAULO.

PARQUE DOM PEDRO, SÃO PAULO.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

No trabalho social nada se cria, tudo se copia!


Acordei feliz por mais uma boa ação divulgada na mídia.
O designer Marcelo Rosenbaum vai pintar as casas da comunidade Parque Santo Antônio, no bairro do Capão Redondo, zona sul de Sampa.
O projeto que tem idéia de levantar a auto-estima dos moradores e colocar playboys e patricinhas para fingir seu papel social, já ganhou parceria de uma fabricante de tintas. O trabalho prevê também a construção de uma biblioteca para os moradores. Que lindo!
Vou fazer uma comparação.
Aqui na minha área, em Heliópolis, o arquiteto Ruy Ohtake fez o mesmo.
Por convite de uma ONG, tentou deixar o local menos feio. Escolheu até cores urbanas para o projeto. Foi pintado um quarteirão da rua (menos da minha mãe) e repercutiu em toda mídia. Pena que o local continua feio!
A divergência entre Ohtake e Rosenbaum é que um é arquiteto e outro é designer. E Rosenbaum modificou a frase do Chacrinha; “No trabalho social nada se cria, tudo se copia”. O problema é que a verdadeira idéia de humanizar, modificar e socialibilizar a comunidade não aconteceu!
Pena que sou apenas um estudante de jornalismo, pois se tivesse o título dos caras, faria algo ousado.
Faria uma parceria com iniciativa privada, com o terceiro setor, com os principais empresários e mandava destruir as favelas, boom!
E no lugar faria casas luxuosas, um ambiente agradável, sociável, digno para os moradores de comunidades pobres e com isso faria meu papel social como cidadão de quebrar o câncer da sociedade, quebrar a imagem de um Brasil sem políticas públicas. Se alguém quiser uma aula é só falar comigo!
Enquanto isso vamos fazendo esses trabalhinhos de pintura, “lar doce lar” para colorir nossa consciência.

terça-feira, 4 de maio de 2010

COMO ENTRETER OS POBRES.


Essa semana foi divulgado a participação do Instituto Baccarelli, organização de musica clássica que trabalha com jovens da comunidade de Heliópolis em São Paulo no Festival Beethoven na Alemanha.
Bem, quando se fala em comunidade ou favela é normal acompanhar os maus noticiários. No caso específico de Heliópolis, apresenta um lado positivo e diferente como: A conquista de pessoas excluídas da sociedade com a elite, a valorização dos talentos, o reforço da oportunidade e a importância do trabalho social.
Heliópolis e Paraisópolis são top de comunidades paulistas que se adaptam com sua realidade através da prática do trabalho social, além é claro, entre diversas outras que não são conhecidas e divulgadas.
É honroso ver as comunidades com prestígio interno e reconhecimento, já que a política brasileira não faz sua obrigação. Precisa “improvisar” com o terceiro setor para fazer política pública.
Com o estado, com o terceiro setor, com os interesses políticos e religiosos ou sem eles uma coisa afirmo; Não existe humanização quando não é identificado a realidade do indivíduo.
O problema quando falamos em projetos sociais, organizações não governamentais e tudo que envolve o submundo de moradores de favela com a adoção e seja ela como for, é a apresentação de um olhar de “outro mundo” sem a adaptação e identificação da realidade vivida. Existe a boa intenção de tirar as pessoas mentalmente da favela, mas fisicamente não é possível sair e nem mudar.
Com isso é inútil entreter os envolvidos no escândalo social que são as favelas. Como diz o Psicólogo Augusto Cury; “ Precisamos tirar as favelas na memória”. Acredito que com dedicação é possível, mas a favela social nunca vai sumir. Ela é o câncer da sociedade e os participantes dela absorvem essa sujeira.