PARQUE DOM PEDRO, SÃO PAULO.

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terça-feira, 27 de julho de 2010

ARQUITETURA "POBRELAR"


Encontrei uma nota do Bruno Paes Manso e Diego Zanchetta, para o Jornal Estado de São Paulo de 07 de julho de 2010. Falando sobre a nova arquitetura popular da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). O modelo de habitação popular em São Paulo tem três dormitórios, sacada e 67 metros quadrados, com portas e corredores 20% mais largos, o padrão defendido pela CDHU consta em um projeto de lei enviado à Câmara Municipal pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM). Isso é um grande avanço, pois em Paraisópolis a construtora MRV ergue apartamentos com 42 m² com pé atrás, pois para o Presidente do Secovi (Sindicato da habitação), João Crestana "Esse espaço é adequado para uma família de quatro pessoas. É bem melhor do que morar em um barraco”. Fala essa que mostra claramente o desrespeito humano, pois, pior que um barraco é estar em um prédio adulterado, com mão de obra barata e que não modifica o ambiente consciente e físico de moradores de comunidades. Verdade essa que para erguer apartamentos de baixa renda de 67 metros é inviável para as construtoras. A CDHU dá os seus passos por que é sua obrigação desenvolver. Inaugurou em São José do Rio Preto um condomínio com 143 casas de três quartos, piso de cerâmica e 77 metros de área construída. (Soltem os fogos). Além é claro de outras ações e projetos em andamento e inaugurações ou até mesmo inaugurações com prédios deficientes como o caso de Praia Grande do Programa de Revitalização da Serra do Mar, onde os edifícios estão com rachaduras e vazamentos. (Estado de São Paulo, 28 de Julho de 2010. Caderno C3 - Cidades/Metrópole. Reportagem: Rejane Lima). Se a CDHU tivesse um “D” de desenvolvimento ousaria não só em um corpo físico de um prédio, mas em um ambiente urbanístico de modificação. Como esse não é o seu objetivo, é melhor deixar os menos favorecidos em uma “arquitetura pobrelar” do que nas ruas, é melhor esconder e fingir!
Foto: "Marcelo Barbosa" Amanhecer de Heliópolis.

Um comentário:

  1. Lamentavelmente a idéia de tratar com a população menos favorecida é essa mesma, ou seja, já que você não tem nada mesmo, qualquer coisa que eu te oferecer serve. Aprendi que não as coisas não são bem assim. Os menos privilegiados têm sonhos e desejos iguais ao meus, iguais aos seus, iguais ao de todo mundo. Por isso, quando alguém se propõe a fazer algo em benefício dessa classe faça-o como se estivesse fazendo pra si mesmo, com se você estivesse realizando um sonho seu e então você verá que precisará de mais espaço, mais luminosidade, mais comodidade, melhor acabamento, enfim, melhor tudo.
    Por isso, sempre que você se propuser a fazer algo para alguém, coloque-se no lugar dele e assim verá o que poderia ser melhor se fosse pra você.
    Abs Barbosa
    Cris

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