
Encontrei uma nota do Bruno Paes Manso e Diego Zanchetta, para o Jornal Estado de São Paulo de 07 de julho de 2010. Falando sobre a nova arquitetura popular da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). O modelo de habitação popular em São Paulo tem três dormitórios, sacada e 67 metros quadrados, com portas e corredores 20% mais largos, o padrão defendido pela CDHU consta em um projeto de lei enviado à Câmara Municipal pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM). Isso é um grande avanço, pois em Paraisópolis a construtora MRV ergue apartamentos com 42 m² com pé atrás, pois para o Presidente do Secovi (Sindicato da habitação), João Crestana "Esse espaço é adequado para uma família de quatro pessoas. É bem melhor do que morar em um barraco”. Fala essa que mostra claramente o desrespeito humano, pois, pior que um barraco é estar em um prédio adulterado, com mão de obra barata e que não modifica o ambiente consciente e físico de moradores de comunidades. Verdade essa que para erguer apartamentos de baixa renda de 67 metros é inviável para as construtoras. A CDHU dá os seus passos por que é sua obrigação desenvolver. Inaugurou em São José do Rio Preto um condomínio com 143 casas de três quartos, piso de cerâmica e 77 metros de área construída. (Soltem os fogos). Além é claro de outras ações e projetos em andamento e inaugurações ou até mesmo inaugurações com prédios deficientes como o caso de Praia Grande do Programa de Revitalização da Serra do Mar, onde os edifícios estão com rachaduras e vazamentos. (Estado de São Paulo, 28 de Julho de 2010. Caderno C3 - Cidades/Metrópole. Reportagem: Rejane Lima). Se a CDHU tivesse um “D” de desenvolvimento ousaria não só em um corpo físico de um prédio, mas em um ambiente urbanístico de modificação. Como esse não é o seu objetivo, é melhor deixar os menos favorecidos em uma “arquitetura pobrelar” do que nas ruas, é melhor esconder e fingir!
Foto: "Marcelo Barbosa" Amanhecer de Heliópolis.