PARQUE DOM PEDRO, SÃO PAULO.

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quinta-feira, 15 de abril de 2010

COPA 2014 NO BRASIL, DISFARCE VOCÊ TAMBÉM!



Não sou nenhum apaixonado por futebol. Torço para o São Paulo e só sei do resultado dos jogos no dia seguinte. Mas sou atraído pela Copa do Mundo. Sei lá, fico meio patriota, tipo aqueles Americanos com cueca do país cantando o Hino Nacional, eu fico assim. Verde e amarelo até na veia, Brasil êh,ôh!
Não sei, parece que a Copa do Mundo já tem essa essência de patriotismo, da magnitude do pais,enfim, essa grandeza me faz torcer pelo meu pais.
Só que algo me fez perder toda essa força de acreditar no meu país. A discussão se o Estado de São Paulo ou Estádio do Morumbi merece ou não realizar a abertura da Copa do Mundo de 2014.
Existe diversas questões políticas, econômicas e estruturais como sabemos, mas o que me chamou atenção é o projeto de transformar a área de 4,9 milhões de metros quadrados, localizado em Pirituba em uma arena multiuso (comercial de sabão?), um polo de eventos, um complexo.
O projeto que já tem apoio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), da União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe), além é claro de confiar na Iniciativa Privada, faz o sonho de chegar à R$ 1 bilhão, que é a estimativa dos custos.
Bem, até aqui o que tem de vergonhoso?
Estamos falando de investimento para a cidade, reforçando quem é a “locomotiva do Brasil” , quem tem o terceiro maior orçamento do País, apontando o dedo para o mundo, pois temos os melhores jogadores e nós que "inventamos o futebol" e zé finin.
Meu espirito esportivo (que não é tão vivo assim) apoia esses conceitos, além de vários que não acrescentei aqui.
O que me faz questionar, o que me faz perder o amor pelo Brasil é ver, talvez em minha visão pequena que o meu país, o Brasil, o Brazuca, não tem tanta beleza para mostrar. O que faz a politica do meu pais ter rapidez, pratica, apoio, ação para receber uma Copa do Mundo, sendo que os próprio brasileiros estão jogando na terceira divisão?
Sabe, lembrei das áreas de riscos que ainda existem aqui em São Paulo, e estou falando só de São Paulo. Lembrei das favelas que crescem sem acompanhamento, sem políticas públicas e se transformam na vergonha, no câncer da sociedade.
Lembrei do bairro de Heliópolis, a 1° maior favela de São Paulo e a 2° da América Latina, que tem aproximadamente 125 mil habitantes, vivendo em uma área com aproximadamente 1 milhão de metros quadrados. Passei minha infância e adolescência neste local, atualmente estou de passagem, pois cada vez que olho para este lugar, sinto vergonha. Sinto medo, sinto preconceito, desrespeito. Não de mim, mas da política que permite as pessoas viverem de forma desumana, em um ambiente frio, sombrio, morto, ignorante e podre.
Tem um escritor que gosto muito chamado Augusto Cury, que compara as doenças mentais como favelas na memória. Quando li isso tive que concordar, tive que me envergonhar mais uma vez por saber desta doença da sociedade.
Que venha a Copa do Mundo para o Brasil. Até lá, vamos continuar disfarçando que somos bons.

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